“Perdoei porque o amo”, diz mulher que beijou namorado que atirou nela
Ela levou cinco tiros dele, mas falou em amor no tribunal
Uma foto do beijo entre Micheli Schlosser, de 25 anos, e Lisandro Rafael Posselt, de 28, circulou nos meios de comunicação de todo o país nesta terça-feira (28). O motivo? O beijo foi dado em meio ao julgamento de uma tentativa de feminicídio. Micheli, a vítima, abraçou e beijou o réu Rafael, que atirou cinco vezes contra ela.
Conforme divulgação do site Conservadorismo Brasil, o julgamento ocorria na cidade de Venâncio Aires, onde o crime ocorreu. A época os dois mantinham um relacionamento. A mulher declarou em plenário, que tudo ocorreu após ela o ter “provocado”. “Ele nunca tinha me agredido, sempre foi muito bom para mim e já pagou pelo erro dele”, disse aos jurados.
Micheli foi atingida com cinco tiros, todos efetuados pelas costas, e as balas ainda estão alojadas no seu corpo. Os tiros acertaram a cabeça, o braço esquerdo e as costas.
Posselt foi condenado a sete anos em regime semiaberto. O réu, que fará uso de tornozeleira eletrônica devido à falta de vagas não deve retornar à Penitenciária Estadual, onde estava preso desde agosto de 2019, alguns dias após o crime.
O promotor Pedro Rui da Fontoura Porto comentou, que em alguns casos de violência doméstica é normal a vítima se colocar a favor do agressor. Porém, nunca tinha visto tal situação em um caso de tentativa de feminicídio.
Síndrome de Estocolmo
Para o promotor Pedro Rui da Fontoura, a situação lembra a Síndrome de Estocolmo. Após o assalto a um banco com reféns no centro da capital sueca, em agosto de 1973, os criminosos e as vítimas, que conviveram durante seis dias dentro da agência bancária, criaram uma relação afetiva e de cumplicidade. O episódio deu origem à expressão. “A síndrome começou a ser estudada em muitos outros casos de abuso sexual e seitas religiosas e é muito comum na violência doméstica, onde a vítima se coloca a favor do acusado”, relatou.
Perdoou
Micheli confirma que está satisfeita com a decisão dos jurados. Conforme a vítima, até a data do crime o casal mantinha uma boa relação. Ela espera que, agora, “tudo volte ao normal”.
“A gente namorou por cerca de um ano e meio. Brigamos por causa de conversas que eu peguei no telefone celular dele. Daí discutimos, eu provoquei muito ele naquele dia e por isso ele disparou. Eu ameacei que iria denunciá-lo à polícia por estupro”, diz.
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