Nova variante com 50 mutações pode gerar aumento de casos de covid em MS, alerta especialista
Uma nova variante do coronavírus foi registrada na África do Sul e já tem preocupado autoridades de saúde em todo o mundo nesta semana. Especialistas avaliam que é a variante com o maior número de mutações e pode ser considerada ‘a pior já vista’. A nova cepa ainda não chegou por aqui, mas é preciso cautela. Segundo infectologista, há riscos mesmo com a alta taxa de imunizados em Mato Grosso do Sul.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) ainda deve batizar a nova variante nesta semana. Não há informações para dizer se ela é mais transmissível ou perigosa, mas a variante possui 50 mutações. Até o momento, foram confirmados casos na África do Sul, Botsuana e Hong Kong.
Mas, afinal, Mato Grosso do Sul deve se preocupar? Considerando uma das taxas de imunização mais altas do país, com 70% da população geral imunizada e 89% dos adultos com as duas doses tomadas, MS conquistou uma posição considerada ‘confortável’ na pandemia, com uma média móvel de mortes abaixo de dois. Mesmo assim, o infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Julio Croda, avalia que uma nova variante oferece riscos.
“Com certeza [há riscos]. Ainda não temos dados em relação ao escape da resposta imune, então todo cuidado é pouco neste momento, principalmente para reduzir a transmissão”, reforça o médico.
O infectologista explica que uma nova variante como essa pode acabar causando um novo aumento de casos em Mato Grosso do Sul. Por isso, ele aponta que o poder público deve tomar medidas de precaução. A principal medida seria intensificar a testagem nos aeroportos no estado. Segundo Croda, se a nova variante chegar a MS, será por voos, principalmente pessoas que vêm do exterior.
“Me preocupa a chegada dessa nova variante, porque mesmo com a população completamente vacinada, podemos ter aumento de casos”, alerta.
A população também pode fazer a sua parte: comparecendo aos postos de imunização para deixar a vacinação em dia. Nesta sexta-feira (26), Campo Grande ampliou a 3ª dose para toda a população acima de 18 anos. Para o infectologista Julio Croda, a dose de reforço se tornou ainda mais importante, diante do risco de uma nova variante do coronavírus.
O que se sabe sobre a nova variante
O surgimento da nova variante do coronavírus preocupa a comunidade científica mundial devido à capacidade de mutação. A cepa teria 50 mutações, o que pode representar uma maior capacidade de transmissão. Estudos ainda estão sendo realizados para avaliar se a nova cepa é mais perigosa e transmissível.
A nova variante preocupa porque ainda não se sabe se ela pode acabar ‘driblando’ a imunização, já que as vacinas foram desenvolvidas de acordo com a cepa original do coronavírus. Também é importante lembrar que a variante surgiu na África do Sul, um país que tem cerca de 24% da população totalmente vacinada. No Brasil, mais de 60% da população está imunizada, o que pode dificultar a transmissão da cepa.
Fonte: Midiamax