Dupla é presa por roubar R$ 3,6 milhões em moedas virtuais de idosos
Um casal de idosos, de Campo Grande perdeu R$ 3,6 milhões em cripto moedas, para uma dupla que prestava assessoria a eles em negócios digitais, como compra e vende de moedas virtuais, segundo o delegado responsável pelo caso, João Paulo Sartori, da Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros).
Mandados de busca e apreensão e prisão temporária foram cumpridos nas cidades de Osasco, São Paulo e Curitiba, no Paraná na Operação Verbum Clavis (palavra-chave) contra Filippe Barreto Sims e Jair do Lago Ferreira Júnior. Eles consolidaram relação de confiança com as vítimas e acabaram conseguindo a senha de acesso ao sistema de moedas digitais dos idosos.
Com isso, assumiram as contas e acessaram os valores. “Durante as investigações, ficou comprovado que os acusados abusaram da relação de confiança que tinham com as vítimas e aplicaram o golpe após conseguirem as palavras-chave de acesso das contas”, cita nota do Garras.
Segundo o site Campo Grande News, com a investigação nas mãos, o Garras acionou o Ciberlab/MJSP (Núcleo de Operações com Criptoativos do Laboratório de Operações Cibernéticas) para auxiliar no rastreio dos ativos e identificação dos responsáveis.
Filippe Barreto Sims e Jair do Lago Ferreira Júnior são de Mato Grosso do Sul com empresas abertas no Estado. O primeiro mantinha empresa de serviços digitais em endereço no bairro Tarumã, mas está inativa na Receita Federal.
O segundo, tem quatro, sendo uma em Campo Grande e três em Santa Catarina. A da Capital é a Associação Brasileira de Empreendedores Autônomos de Vendas Diretas. Ambos têm as carteiras de habilitação suspensas recentemente pelo Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito).
O coordenador do Ciberlab, Alesandro Barreto, ressaltou que os há desafios que a investigação policial enfrenta nesses casos, mas o núcleo ajuda a identificar a autoria e a materialidade delitiva. “É exatamente nesse contexto que o Ciberlab desempenha um papel crucial, oferecendo apoio às polícias judiciárias estaduais na identificação dos criptoativos utilizados pelos criminosos como parte integrante das atividades ilícitas”, explicou.
Houve ainda apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública. No Brasil, a pena para quem pratica essas condutas varia de quatro a oito anos, no caso do furto qualificado somado à pena de um a três anos pela associação criminosa.