Ala política estimula guerra entre generais pela vice de Bolsonaro
Integrantes da ala política do governo têm estimulado, nos bastidores, a disputa entre ministros-generais do governo pela vaga de vice na chapa à reeleição do presidente Jair Bolsonaro este ano.
A avaliação é que a “guerra” pode acabar enfraquecendo os próprios militares cotados, o que aumentaria as chances de a ala política emplacar um nome do seu agrado para compor a chapa com Bolsonaro.
Atualmente, disputam a vaga de candidato a vice-presidente de Bolsonaro no pleito deste ano os ministros-generais Braga Netto (Defesa) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
Segundo fontes do Palácio do Planalto, o atual ministro da Defesa é considerado o favorito pelo perfil discreto e por ter mais apoio e influência dentro das três Forças Armadas do que Heleno.
Braga Netto conta com a torcida de outro colega ministro-geral: Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-Geral da Presidência. Ramos sonha em assumir o Ministério da Defesa, caso Braga Netto deixe o posto.
Já Heleno, como a coluna noticiou, se movimenta por meio de mobilização da base bolsonarista. O general já chegou, inclusive, a procurar uma sigla do Centrão para discutir sua filiação.
O atual chefe do GSI, no entanto, é um dos nomes que mais enfrenta resistência dos partidos desse bloco. Lideranças do Centrão nunca engoliram as críticas do general ao grupo nas eleições de 2018.
Enquanto os generais travam a disputa nos bastidores, ministros da ala política aproveitam para apresentar pesquisas a Bolsonaro para tentar convencê-lo de que o ideal seria ter um vice político.
O nome preferido de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, novo partido de Bolsonaro, é o da atual ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A ministra, porém, prefere tentar uma vaga no Senado.
O ministro das Comunicações, Fabio Faria (RN), que deve se filiar ao Progressistas, também corre por fora para tentar emplacar o próprio nome como vice do atual chefe nas eleições de outubro.
Por ora, no entanto, auxiliares do entorno de Bolsonaro apostam que o presidente deve repetir a estratégia de 2018 e escolher mesmo um militar como vice, renovando o que chama de “seguro impeachment”.
Fonte: Midiamax