Está sedentário? Educadora física de Campo Grande dá dicas para retomar exercícios
O isolamento social durante pandemia mudou radicalmente a rotina em todos os aspectos. A prática de atividades físicas deu lugar ao sedentarismo prolongado, com consequências negativas para a saúde, como ganho de peso e perda de massa muscular. No entanto, à medida que a vacinação avança e a quantidade de casos da doença diminui, passamos a sentir mais confiança para retomar hábitos saudáveis, como o de praticar exercícios. É nesse momento que os cuidados com o corpo devem ser redobrados.
Segundo Tatiane Rodrigues da Silva, profissional de Educação Física do SESI em Campo Grande, a retomada das atividades físicas precisa ser feita de forma gradual e respeitando as medidas de biossegurança.
Como voltar às atividades físicas nesse cenário de retorno gradual?
Tatiane – Não se pode dizer que estamos num cenário pós-pandemia. O covid-19 continua entre nós, por isso devemos tomar todos os cuidados necessários. Por isso, recomenda-se que as pessoas continuem a usar máscaras, principalmente em ambientes fechados, como as academias. Nesses locais, é fundamental manter o distanciamento na hora da prática do exercício, bem como higienizar as mãos e os equipamentos compartilhados.
Todas essas precauções também valem para ambientes abertos, como praças e parques. É um pouco difícil respirar com a máscara, mas nesse momento todos precisam dessa proteção.
Qual a primeira providência a ser tomada para quem vai voltar a fazer exercícios?
Tatiane – A primeira recomendação é procurar um médico para fazer check-up. Isso vale tanto para quem contraiu o covid-19 como para quem não se infectou, pois quando ficamos muito tempo parados, sem fazer exercícios, perdemos força muscular e até um pouco da capacidade respiratória. Caso a pessoa tenha contraído a covid-19, deve procurar um médico especialista para fazer exames adicionais, pois a doença pode ter deixado sequelas no organismo.
Existe algum tipo de exercício mais recomendado nessa retomada?
Tatiane – Essa é uma pergunta muito comum. Costumo responder que o exercício ideal é aquele que a pessoa gosta de fazer e com o qual se identifica. Pode ser caminhada, academia, corrida, natação, hidroginástica, aulas de dança. São muitas as opções. O mais importante é retomar as atividades de forma cautelosa, acompanhado e orientado por um profissional de educação física.
Qual a frequência ideal de exercícios?
Tatiane – Recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma cartilha com diretrizes para atividade física e comportamento sedentário(consulte o documento na íntegra aqui).
Segundo esse documento, para os adultos é indicado praticar de 30 a 60 minutos de atividade moderada em cinco vezes por semana, ou de 20 a 60 minutos de atividade vigorosa em três vezes por semana. Para compreendermos a diferença, a atividade moderada aumenta a frequência cardíaca e faz respirar mais rápido. Atividade vigorosa faz respirar ainda mais forte e rápido.
Tem gente que prefere fazer só corrida ou só academia. Isso é recomendado?
Tatiane – Sempre indicamos que as pessoas não devem ficar focadas no mesmo tipo de atividade. Nosso corpo precisa de estímulos diferentes. Se você escolheu praticar caminhada, procure combiná-la com fortalecimento muscular, por exemplo. Procure mesclar atividades aeróbicas e de força.
A pandemia provocou aumento de casos de ansiedade na população. A atividade física contribui para aliviar esse quadro?
Tatiane – Hoje em dia percebemos uma mudança de visão das pessoas sobre atividade física. Não se fala tanto na questão estética corporal. A prioridade tem sido a saúde. E a partir dos exercícios, tudo melhora.
Vários estudos científicos comprovam que o exercício físico melhora a capacidade cardíaca e reduz a incidência de diabetes e hipertensão. Sem contar os benefícios relacionados à saúde mental. Durante a pandemia, temos ouvido muito falar em ansiedade e depressão. O exercício físico não cuida apenas do corpo, mas também da mente. Melhora o humor e a autoestima.
Fonte: Midiamax