Deputados concordam com carta de 20 governadores e criticam falas de Bolsonaro
Os deputados estaduais de Mato Grosso do Sul comentaram nesta terça-feira (18) a carta assinada por 20 governadores em que reclamam da postura do presidente Jair Bolsonaro e apoiaram a decisão dos líderes dos executivos estaduais em relação aos comentários feitos pelo presidente. No entanto, os parlamentares elogiam a atuação de Bolsonaro.
“Eu acho que se ele falasse menos e trabalhasse mais, seria melhor. Porque ainda tem os filhos para ‘colaborar’, comentou o deputado tucano Rinaldo Modesto (PSDB). Cabo Almi (PT), disse que precisaria, desta vez, concordar com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que também assinou o documento.
“Militarismo e democracia não combina. Tenho que concordar. Não tenho como ser contra a opinião desses governadores”, declarou o petista.
Evander Vendramini (PP) rebateu o parlamentar. “O Bolsonaro muitas vezes tem falas ruins, mas é um governo democrático. Governo ruim era Dilma e Lula, que só atrasavam o país. Bolsonaro é o tipo necessário, mas que as vezes comete exageros”.
A única crítica que o deputado Márcio Fernandes (MDB) fez à gestão do presidente foi a falta de alternativas para facilitar a chegada do dinheiro federal aos Estados e municípios. “O Bolsonaro está indo bem”, avaliou.
Coronel David (PSL) afirmou que o presidente foi eleito de forma democrática e que tem primado pelo respeito à democracia.
Carta dos governadores
“Recentes declarações do presidente da República Jair Bolsonaro confrontando governadores, ora envolvendo a necessidade de reforma tributária, sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos Estados, ora se antecipando a investigações policiais para atribuir fatos graves à conduta das polícias e de seus governadores, não contribuem para a evolução da democracia no Brasil”, afirma o documento encaminhado pelos governadores.
A carta se refere indiretamente a embates recentes de Bolsonaro com governadores. Em um deles, o presidente desafiou-os a zerar o ICMS – um imposto estadual – sobre os combustíveis para em troca zerar impostos federais para o mesmo produto. Em 2019, a arrecadação do governo federal sobre combustíveis atingiu R$ 27,4 bilhões.
Midiamax