“Vou acabar esse mandato erradicando a pobreza extrema”, promete Riedel
Até 2026, Mato Grosso do Sul deverá erradicar a pobreza extrema. Pelo menos essa é a promessa que o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) fez durante evento realizado nesta sexta-feira (12), com a presença do presidente.
“Nós temos a terceira menor taxa de desemprego do País, mas o que mais nos orgulha é que nós estamos indo para a segunda menor taxa de pobreza extrema desse país e eu vou acabar esse mandato erradicando a pobreza extrema do Mato Grosso do Sul”, garantiu o governador durante seu discurso no evento.
Segundo dados de pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), 2,7% da população do Estado vivem em pobreza extrema, ou seja, que viviam com menos de R$ 200,00 por mês.
Mato Grosso do Sul também está entre os estados brasileiros com as menores proporções da população que vive com até um salário mínimo per capita (53,1%). Vivendo com um a três salários mínimos estão 37,3% dos sul-mato-grossenses e 9,6% tem ganho de mais de três salários mínimos per capita.
A promessa feita pelo governador vai de encontro com o que disse o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, em janeiro deste ano, quando afirmou que Mato Grosso do Sul seria o primeiro estado a sair do Mapa da Fome no País, sendo essa uma das principais agendas do governo federal.
Na ocasião, o governo federal sinalizou envio de R$ 120 milhões para ações de enfrentamento à fome no Estado. O montante faz parte do plano Brasil Sem Fome, do Ministério Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, que teve a adesão do Estado em dezembro do ano passado, e do Programa para a Redução da Pobreza. Do valor total, R$ 89,5 milhões já haviam sido pagos e R$ 31,6 milhões foram empenhados, com os procedimentos de pagamento já em andamento.
O IBGE aponta que entre os fatores que auxiliam na redução da pobreza no País estão os programas sociais, já que sem essas iniciativas o número de pessoas na extrema pobreza teria sido cerca de 80% maior.
PROGRAMAS
De acordo com governo do Estado, por ano o Executivo estadual investe cerca de R$ 700 milhões do orçamento de Mato Grosso do Sul em programas sociais e repasses para a população de baixa renda.
O governo salientou que vem adotando inciativas para melhorar a vida das pessoas, “reduzindo o custo de vida e oferecendo oportunidades para todos por meio da movimentação econômica, geração de empregos, qualificação e transferência de renda”.
“Entre as medidas está o programa Mais Social criado para prestar atendimento às famílias carentes em situação de insegurança alimentar e nutricional. São R$ 450 mensais para beneficiários que têm renda mensal familiar per capita inferior a meio salário mínimo. Atualmente são 51.654 beneficiários entre homens e mulheres”, completou nota do governo.
O cartão do programa pode ser usado em mercados e mercearias para comprar alimentos, gás de cozinha, produtos de higiene e limpeza.
Para participar do programa, porém, o beneficiário deverá comprometer-se a cumprir algumas exigências, como frequentar curso de alfabetização de jovens e adultos, quando necessário, e participar de cursos profissionalizantes.
“Outra medida é o Programa Energia Social: Conta de Luz Zero onde o governo do Estado paga a conta de luz de 154 mil famílias em Mato Grosso do Sul.
“São contempladas famílias que, dentre outros critérios, consumam até 220 KW/h por mês e também as que tenham entre seus membros, residentes na unidade consumidora, com consumo de até 530 KW/h, pessoa com patologia cujo tratamento médico requer o uso continuado de aparelhos, equipamentos ou instrumentos que demandam consumo de energia elétrica (eletrodependentes)”, continua a nota.
Para este ano o governo deve inicar o Programa Cuidar de Quem Cuida, que ainda em fase de cadastramento, mas que deverá beneficiar um total de 1,8 mil famílias em Mato Grosso do Sul. “Cuidadores em tempo integral de pessoa com deficiência que possua grau de dependência II ou III, podem receber R$ 900 por mês”.
O governo ainda citou o programa de Segurança Alimentar, onde o Estado entrega aproximadamente 20 mil cestas alimentares para a população indígena de 86 aldeias em 29 cidades de Mato Grosso do Sul.
“Ainda são feitos repasses mensais para o FEAS (Fundo de Assistência Social) e Organizações da Sociedade Civil”, segue a nota.
Além dos programas de renda para a população em extrema pobreza como um todo, o governo do Estado também lembra do projeto voltado a educação, o MS Supera, que prevê atender 2 mil pessoas concedendo benefício social aos estudantes de baixa renda do ensino profissionalizante ou superior, visando a estimular a permanência e a conclusão da formação técnica ou acadêmica.
QUEM PRECISA
Para quem necessita de ajuda do poder público para o básico, a erradicação da pobreza extrema é de grande esperança de uma vida melhor.
Este é o caso de Jhonatan Pereira Lopes, que trabalha como serviços gerais, mas não tem emprego fixo e mora na favela do Lagoa, no Jardim Colorado, com sua esposa e um filho.
“Eu consigo manter a família, mas é apertado, só eu trabalho. Trabalho como serviços gerais, mas por diária, e em um tempo como esse [chuvoso] não tem como trabalhar”, contou Jhonatan.
A favela que ele mora chegou a ter algumas famílias retiradas pela Prefeitura de Campo Grande para serem levadas a um terreno próprio, porém, o serviços gerais conta que não tem condições de arcar com o valor mensal das parcelas do terreno. (Colaborou Naiara Camargo)