Superlotados, presídios de MS têm mais de 17 mil em celas físicas e 12 cumprem mais de 100 anos

Na semana em que a fuga de dois detentos de um presídio federal marcou o país, um olhar sobre as estatísticas acerca da população carcerária em Mato Grosso do Sul guarda curiosidades.

Dentre elas, que a maioria dos mais de 17,4 mil detentos que cumprem pena em regime fechado tem penas que vão de 8 a 15 anos – cerca de 2,5 mil pessoas. Contudo, 12 detentos nos presídios de MS têm penas que ultrapassam 100 anos.

Os números, apresentados no decorrer desta reportagem, constam no 14º ciclo do levantamento sistemático da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), referente ao período de janeiro a junho de 2023. A atualização é semestral, com base nos dados fornecidos pelos presídios.

Na data de referência, a população carcerária era de exatamente 17.454 mil pessoas em celas físicas, com 4,364 em prisão domiciliar. Além destes, o sistema também aponta 255 presos custodiados por polícias judiciárias, Batalhões de Polícia e Bombeiros Militares.

Destes mais de 17 mil presos, 10.295 estavam em regime fechado, 877 em regime aberto e 2 mil no semiaberto. No período, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) forneceu dados de 84 custodiados em tratamento ambulatorial, 77 internados e 4.121 presos provisórios.

Quais crimes mais levam a presídios em MS?

O levantamento consolidado pela Senappen serve, entre outros casos, para desenvolver políticas voltadas a detentos, dentre elas, a ressocialização e logística – uma organização necessária para evitar fugas como a que rouba os holofotes no momento.

Com base nos números, é possível entender quem são, que penas cumprem, em que alas devem ficar e que tipo de assistência deveriam receber.

Nesse contexto, a maioria das incidências prisionais que constam no levantamento, 36,55%, é referente a Lei de Drogas, que instituiu o Sisnad (Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas) e prescreve normas para repressão ao tráfico.

É assunto especial para Mato Grosso do Sul que, por ser conhecido corredor do tráfico, tem mais de 1/3 das vagas em presídios ocupadas por autores de crimes nesse universo.

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