Senador Nelsinho Trad solicita ao ministro da Educação investimentos para conclusão de creches e questiona educação domiciliar
Nelsinho solicitou linha de crédito do Governo Federal para conclusão de obras paradas e manifestou preocupação com uma possível falta de interação entre as crianças e adolescentes em caso de educação domiciliar
Durante audiência pública realizada nesta terça-feira (07) na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), o senador Nelsinho Trad (PSD/MS) solicitou ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, investimentos para conclusão de obras inacabadas de escolas e centros de educação infantil. Nelsinho também questionou as consequências sociais para os estudantes com a implementação do projeto do Governo Federal que regulamenta a educação domiciliar.
“Quando fui prefeito de Campo Grande, pudemos apresentar projetos para conseguir a linha de crédito oriunda do PAC Social. No entanto, limitaram a forma da construção e estabeleceram um modelo de licitação uniforme para todo o Brasil. Naquele momento, já previmos que poderia dar problema, porque cada cidade tem a sua particularidade. Em alguns locais os projetos não saíram do papel, e em outros, as obras não foram finalizadas. Em Campo Grande, dos 19 Ceinfs que conseguimos viabilizar através do PAC Social, 11 concluímos e 8 ficaram para meu sucessor, que infelizmente não deu sequência às obras”, explicou Nelsinho.
Segundo o senador, é preciso que o Governo Federal lance algum programa de crédito para que os municípios que não conseguiram terminar os Ceinfs, escolas e demais obras relacionadas à educação, concluam estas obras. “Esta é uma questão que precisa ser encarada”.
O ministro Abraham Weintraub destacou que serão feitos investimentos para finalização de obras. “Inclusive temos no Brasil 4.827 obras inacabadas pelo Brasil, sendo 945 creches, e precisamos terminar estas obras”, respondeu.
Nelsinho Trad também elogiou o foco do ministério da Educação na educação básica. “Este é o caminho. Eu também acredito na capacitação daquele que está ensinando, por isso tivemos resultados tão positivos em Campo Grande”.
“Nosso Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), avaliado pelo MEC, cresceu 38% nas séries iniciais, passando de 4,2 em 2005 para 5,8 em 2011, e 35% entre os alunos do 6º ao 9º ano, o índice era 3,7 ficou 5. Em 2011, também ficamos em segundo lugar entre as capitais brasileiras com melhores notas nas séries iniciais do IDEB. O número de professores concursados no período subiu 96%, e o número de professores da rede pública com pós-graduação cresceu 254%, chegando a 2.991 profissionais com especialização”, contou o senador.
Educação domiciliar
O senador Nelsinho Trad também questionou o ministro sobre a importância da interação social entre crianças e adolescentes e disse estar preocupado com o projeto de Lei que regulamenta a educação domiciliar no Brasil, divulgado no dia 11 de abril.
“Não estou convencido sobre a questão da educação domiciliar. O ambiente escolar para a criança é muito importante. No último domingo fui à missa com minha família, e a minha filha de 5 anos encontrou uma coleguinha da escola. Fiquei impressionado com a festa que uma fez para outra. Como ela iria ter a oportunidade de fazer amizades se não estivesse na escola?”, perguntou Trad.
De acordo com o ministro, a educação domiciliar não é a regra, seria a exceção, aplicada em casos excepcionais. “Concordo que a interação social é fundamental para o desenvolvimento do indivíduo. O ser humano é um ser social, a gente tem que saber se comportar em grupo, respeitar o próximo e a escola é um vetor importante para isso. Mas ao mesmo tempo, sou a favor do liberalismo. Para famílias que vivem longe de centros urbanos e optaram por morar em zonas rurais por exemplo, acredito que cobrando limites dos pais, obedecendo as regras, se eles estão fazendo um bom trabalho, se a criança está sendo acompanhada, não acho que está errado, é um debate que tem que ser feito”, afirmou Abraham Weintraub.
Entre as regras previstas na regulamentação da educação domiciliar, cujo texto ainda precisa tramitar no Congresso para entrar em vigor, estão a realização de provas anuais de certificação de aprendizagem e cadastro dos estudantes no Ministério da Educação (MEC).
A educação domiciliar é uma modalidade de ensino em que pais ou tutores assumem o processo de aprendizagem das crianças, ensinando a elas os conteúdos ou contratando professores particulares para isso. No entanto, não há regras para a prática.
Assessoria de Comunicação/Neiba