Prefeituras no interior de MS atrasam salários, temem pelo 13º e já estudam até exonerações
Prefeituras de Mato Grosso do Sul têm tido dificuldade para manter as contas em dia. As cidades de Coxim e Aral Moreira atrasaram o pagamento dos servidores neste mês, causando greve entre servidores e a demissão de servidores comissionados é uma alternativa.
Em Coxim, a 253 km de Campo Grande, os servidores entraram em greve devido ao atraso nos pagamentos. A paralisação dura oito dias e a principal reivindicação é o cumprimento de data base para o pagamento dos servidores. Procurado pelo Jornal Midiamax, o prefeito Aluizio São José (PSB) explica que a Prefeitura efetivou o pagamento de 60% dos servidores municipais, mas alguns ainda permanecem sem receber.
Aluizio admite que a Prefeitura tem tido dificuldade em manter as contas em dia. “Tivemos uma queda na nossa cota de participação do ICMS, que resultou em uma diminuição da receita em R$ 3 milhões. Além disso, o nosso FPM (Fundo de Participação dos Municípios) sofreu com alterações e problemas fiscais. Junta tudo isso com uma dívida que estamos pagando de direitos trabalhistas da antiga Santa Casa”, explica.
Para tentar manter as contas em dia, o prefeito afirma que já começou a demitir servidores comissionados, além de reduzir o tempo de trabalho em serviços não essenciais, cortando horas extras. Ainda assim, há perspectiva de atraso no pagamento do 13º salário neste ano. “A gente tem feito de tudo para não afetar a prestação de serviços à população, nossa maior dificuldade é a folha de pagamento. Estamos tentando pagá-la em setembro, estamos tentando colocar em ordem”, diz Aluizio.
Ao todo, são 1.100 servidores municipais em Coxim. O prefeito se reúne com os servidores em greve nesta terça-feira (16) para definir se a paralisação continua. Segundo ele, os servidores em greve são, em sua maioria, trabalhadores da educação. O Jornal Midiamax entrou em contato com o SINSMC (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Coxim), mas não obteve resposta.
A Prefeitura de Aral Moreira, a 402 km de Campo Grande também passa por dificuldades para manter as contas em dia. Neste mês, o salário dos servidores atrasou cerca de uma semana e a situação já é encarada como normal. Segundo o prefeito Alexandrino Garcia (PR), o município passa por dificuldades devido à redução de repasses federais, além da participação no ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação De Serviços) e a queda de arrecadação do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
“Este mês tivemos um atraso de uma semana no pagamento dos salários dos servidores, mas não chegou a ter greve porque é uma situação normal. Passamos por uma crise e, como uma cidade pequena, temos dificuldade de caixa devido à baixa arrecadação de impostos, como o IPTU, por exemplo”, cita o prefeito.
Alexandrino cita que a Prefeitura tem buscado alternativas para melhorar as contas públicas e que este ano já fez o Refis (Programa de Recuperação Fiscal) para ajudar os contribuintes a quitarem as dívidas com a prefeitura. Apesar das dificuldades de pagamento, ele afirma que nenhum serviço essencial foi afetado.
Para ajustar as contas, o prefeito não descarta um corte no quadro de pessoal da administração municipal. “Estamos buscando alternativas para tentar melhorar esta situação. Não descartamos cortes. Não faremos cortes em áreas essenciais, mas deve haver um corte de pessoal para manter em ordem a administração”, afirma.
Fonte: Midiamax