Polícia de SP investiga caso de mulher que dormiu três dias ao lado do marido morto e diz que não percebeu
A Polícia Civil de São Paulo investiga o caso de um homem que ficou morto durante três dias na cama da casa em que morava com a mulher, em Campinas, no interior do estado. Em depoimento aos investigadores, a companheira de Hélio de Noronha, de 64 anos, afirmou não ter percebido que ele estava sem vida, mesmo tendo dormido ao lado do cadáver no período.
A idosa, de 80 anos, disse aos agentes que pensava que o marido estava apenas dormindo. Ela só teria estranhado a cena ao notar um sangramento no nariz dele e procurar a ajuda de vizinhos, segundo o “Uol Notícias”.
Hélio de Noronha teve a morte confirmada por um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), na semana passada. No local, os socorristas teriam afirmado que o corpo já cheirava mal e estava em estado avançado de putrefação. O caso é investigado pelo 9º Distrito Policial de Campinas.
Numa entrevista ao jornalista local Barba Azul, a filha de Hélio de Noronha, identificada apenas como Graziela, cobrou uma investigação do caso. Ela disse ter recebido a notícia da morte da madrasta e do filho dela, que mora perto do casal, na segunda-feira. Perguntou como ele havia morrido, mas a dupla não soube explicar. Graziela disse ter estranhado as circunstâncias do fato.
— O suspeito é que meu pai estava bem arrumadinho na cama, de calça jeans, coisa que ele não usava, blusa de frio… A vida dele era bermuda, camiseta e chinelo. Havia muito odor. Na segunda-feira à noite, quando fui lá [na casa dele], o cheiro estava muito avançado, no portão já havia cheiro, e eu abri a porta do quarto. Como a pessoa dorme do lado de um idoso e não sabe que ele está morto? — questionou Graziela. — Eu espero que a justiça seja feita porque a morte do meu pai está muito estranha.
A família diz que Hélio de Noronha foi espancado. O enterro foi realizado com o caixão lacrado. De acordo com o portal “Uol Notícias”, peritos não encontraram vestígios de sangue na casa, mas o caso foi registrado em boletim de ocorrência como “morte suspeita”.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que os investigadores aguardam a chegada dos laudos periciais solicitados para analisar os dados. Enquanto isso, segundo a polícia, outras diligências prosseguem para esclarecer os fatos.