Mãe de bebê que caiu do 3º andar permanece presa e passa por audiência de custódia na quinta
Mãe da bebê, que caiu da janela do apartamento onde a família mora, permanece presa. Segundo a delegada Nelly Gomes dos Santos Macedo, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), a mulher passará por audiência de custódia nesta quinta-feira (14) em Campo Grande.
A mãe foi presa na noite dessa terça-feira (12), após o acidente que deixou a bebê gravemente ferida no condomínio CH8, no Bairro Aero Rancho. A mulher havia acabado de internar a filha no Hospital Regional Rosa Maria Pedrossian quando foi autuada em flagrante por abandono de incapaz e lesão corporal grave.
Ela foi conduzida pela Polícia Militar para a Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada) onde o caso foi registrado. Nesta quarta-feira (13), a mãe foi transferida para a 2ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, onde permanece a espera da audiência de custódia.
À Polícia, a mãe disse que saiu do apartamento para pagar uma dívida e foi até a casa de uma amiga, que fica a três quadras do residencial. Ela também afirmou que as crianças ficaram sozinhas por cerca de meia hora e que não tinha costume de deixar os filhos sozinhos.
Queda do 3º andar
De acordo com a Polícia Civil, a bebê estava no apartamento com a irmã e o irmão, de 7 e 3 anos, respectivamente. A mãe das crianças não estava na casa e a menina mais velha cuidadava dos dois irmãos mais novos quando ocorreu o acidente.
Conforme relatos, a bebê estava chorando e a irmã tentava acalmá-la. A menininha se aproximou da janela – no apartamento que fica no 3º andar – para mostrar para a bebê as crianças que estavam brincando no pátio do condomínio, quando aconteceu a queda de, aproximadamente, 15 metros de altura.
As crianças que brincavam pelo condomínio e outros moradores viram o momento em que a bebê caiu. A mãe não estava em casa e foi informada por telefone sobre o acidente.
A mulher pediu que ninguém mexesse na bebê até a chegada do Corpo de Bombeiros, no entanto, uma vizinha que tem curso de primeiros socorros, se apresentou e pediu para ajudar a socorrer a bebê. Com autorização da mãe, a mulher fez massagem cardiorrespiratória e pediu ajuda para que ela fosse levada com urgência para o Hospital.
Um vizinho que estava de carro levou a mãe, a bebê e a vizinha até o Hospital Regional. Durante o trajeto, a moradora continuou com o procedimento de reanimação e foi ela quem deixou a bebê na emergência aos cuidados de enfermeiros. Devido à gravidade do caso, a menina foi transferida para Santa Casa.
Equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil foram acionadas. À reportagem do Jornal Midiamax, vizinhos disseram que a mãe das crianças procurava por uma babá para cuidar das crianças porque terá que retornar para o trabalho ainda neste mês, quando termina a licença maternidade.
A mãe morava apenas com os filhos e não tem parentes em Campo Grande. Após a prisão dela, os dois outros filhos foram levados para o Conselho Tutelar.
Denúncia no Conselho Tutelar
A criança de sete anos não estava estudando. A escola, onde a menina estava matriculada, procurou o Conselho Tutelar por duas vezes para denunciar a ausência da criança.
A primeira denúncia feita pela escola foi no dia 11 de novembro de 2022, relatava a evasão escolar já que a criança não estava realizando as atividades pedagógicas. A outra denúncia feita pela escola foi registrada no dia 17 de maio deste ano pelo mesmo fato. Os dois casos são anteriores ao nascimento da bebê que tem 4 meses.
A equipe de reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com o Conselho Tutelar Sul, mas não obteve resposta se a família recebia algum tipo de acompanhamento. A Prefeitura também foi procurada para falar sobre o caso e respondeu que nenhuma denúncia chegou a SAS (Secretaria de Assistência Social). Confira a nota na íntegra:
“A SAS informa que não consta em seu banco de dados qualquer registro de denúncia referente à bebê de 4 meses, nem mesmo sobre a mãe dela ou irmãos. Caso tenha havido denúncia, a mesma pode ter sido encaminhada ao Conselho Tutelar Sul, responsável pela região onde a menina reside. É preciso checar diretamente com os conselheiros.”
Fonte: Midiamax