Líder do Grupo Wagner, que desafiou Putin, morre em queda de avião na Rússia, diz agência

Líder mercenário do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin morreu nesta quarta-feira (23/8) em uma queda de avião na região de Tver, na Rússia. A informação é da agência de notícias russa Tass. Ele ficou mais conhecido, recentemente, por ameaçar o líder russo Vladimir Putin. Ao todo, 10 pessoas morreram.

A Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia confirmou que o nome de Prigozhin está na lista de passageiros do avião.

“Havia 10 pessoas a bordo, três delas eram tripulantes. Segundo informações preliminares, todos a bordo morreram”, informou o Ministério de Situações de Emergência da Rússia.

O acidente ocorreu na tarde desta quarta (23/8) na rota que o jato de fabricação brasileira Embraer Legacy 600 fazia entre Moscou e São Petersburgo, um dia depois de Yevgeny Prigozhin reaparecer em suas redes sociais com um vídeo que teria sido gravado durante operações do Wagner na África.

O jato tinha matrícula RA-02785, e desde 2019 estava sob sanção dos Estados Unidos por ser considerado de propriedade de Prigozhin, que era um aliado próximo de Putin. Ele foi visto embarcando na aeronave diversas vezes, inclusive quando foi para Belarus após o motim fracassado de 24 de junho deste ano.

Mercenários

Prigozhin era o líder do Grupo Wagner, um exército de mercenários que foi empregado em diversas guerras, inclusive na atual invasão do território ucraniano pela Rússia. O grupo foi dissolvido depois de uma tentativa de golpe na Rússia.

Surgido em 2014, o Grupo Wagner é uma companhia privada de mercenários que atuam em guerras pelo mundo. Desde seu ano de fundação, o Wagner está presente na península ucraniana da Crimeia e chegou a ajudar forças separatistas apoiadas pela Rússia a tomar a região. Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 2022, o governo russo contou com a ajuda do grupo para avançar nas batalhas contra o exército de Volodymyr Zelensky, como nos embates das cidades de Bakhmut e Soledar.

Acredita-se que o grupo paramilitar seja composto principalmente por ex-soldados de elite do exército russo, além de prisioneiros e civis do país de Putin. Um vídeo que circula na internet desde setembro de 2022 mostra o líder do Wagner, Yevgeny Prigozhin, no pátio de uma prisão russa.

Ele fala com uma multidão de condenados e promete que, se eles atuarem na Ucrânia por seis meses, suas sentenças seriam alteradas. Estima-se que o Grupo Wagner tenha até 20 mil soldados lutando na Ucrânia.

O Grupo Wagner também já atuou no continente africano, fornecendo apoio e segurança para mineradoras russas e outros clientes. A Rússia tem sido acusada de usar o grupo como uma ferramenta para obter controle sobre os recursos naturais na África, bem como para influenciar a política e os conflitos em nações estrangeiras, incluindo Líbia, Sudão, Mali e Madagascar.

Fonte: Metrópoles

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