Insegurança por desemprego foi o que levou homem matar esposa a facadas em Amambai

Marlene Salete Mees foi assassinada na frente da filha de 11 anos, na noite de segunda-feira, em Amambai

Inseguro por estar desempregado, Jair da Conceição, 51 anos, disse à polícia que matou a esposa Marlene Salete Mees, 54, porque vinha sendo pressionado pela mulher para conseguir trabalho. A vítima foi assassinada com 9 facadas, na frente da filha de 11 anos. O crime aconteceu na noite de segunda-feira (23), em Amambai, distante 351 quilômetros de Campo Grande.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Guilherme Tiago de Andrade, ao ser ouvido na delegacia, Jair revelou que está desempregado e vinha sendo pressionado por Marlene. Nos últimos dias, a vítima começou a tratá-lo diferente e sair de casa sem dar satisfação.

“No dia do fato ela teria saído sem falar nada e trancado a porta. Quando ele chegou com os filhos ficou preso para fora. Quando ela chegou não disse onde tinha ido e iniciaram uma discussão. Segundo ele, ela teria avançado nele com uma faca e ele se defendeu”, disse o delegado afirmando que a declaração de que a vítima teria tentá-lo esfaqueá-lo é mentira, levando em consideração o cenário encontrado na residência.

Conforme explicou o delegado, a impressão que ficou considerando que o casal não tinha histórico de violência doméstica, é que a de que Jair se sentiu inseguro devido sua condição financeira e teve um momento de muita raiva. “Depois se arrependeu, mas não teve coragem de se matar. Se matar com uma faca é algo muito difícil de se fazer”, informou Guilherme.

O crime foi presenciado pela filha de Marlene, 11 anos e outras duas crianças de 9 anos, filha de Jair. Questionado se as meninas foram ouvidas, o delegado disse que preferiu que elas contassem o que viram somente na fase processual. “Considerando o contexto e a materialidade já formada preferi deixar elas viverem o luto”.

Guilherme disse ainda que Marlene era viúva de um senhor que tinha muitos patrimônios. Jair foi preso em flagrante pelo crime de feminicídio, passou por audiência de custódia e já foi encaminhado ao presídio de Amambai.

Casa onde o casal morava, local onde Marlene foi assassinada (Foto: Direto das Ruas)

O caso – A menina, filha de Marlene, estava na casa junto com outras duas crianças de 9 anos, filhas de Jair. Ela acionou a Polícia Militar informando que viu a mãe ser esfaqueada e, na sequência, Jair se trancou no quarto com a vítima. Quando os policiais chegaram, encontraram a filha de Marlene na rua, esperando a viatura.

Ao chegar na porta do quarto, que estava trancada, os policiais ouviram gritos de socorro de Marlene e então forçaram a porta para entrar. Neste momento, encontraram a vítima ferida em cima da cama e implorando por socorro. No chão havia grande quantidade de sangue. Jair estava sentado e encostado na parede, com duas perfurações de faca no tórax.

Segundo o boletim de ocorrência, ele segurava a faca contra o próprio pescoço e por vezes contra o abdômen, afirmando que iria se matar. Após tentativas de negociação para que ele largasse a faca e permitisse a entrada do Corpo de Bombeiros, o homem relutava. “Não entra não que vai dar ruim, vou me matar”, dizia Jair.

Os policiais precisaram efetuar tiro de elastômero na mão direita de Jair, o que fez com que a lâmina se afastasse. Os PMs, então, conseguiram entrar no quarto e imobilizaram o assassino. Os bombeiros conseguiram entrar no cômodo, mas não houve tempo de salvar Marlene, que morreu no local.

CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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