Flamengo leva o Botafogo ao limite e vence clássico na bola e na perna no Maracanã
Bem postado defensivamente, Alvinegro não suporta o ritmo intenso do Rubro-Negro, cansa no segundo tempo e Michael dita o ritmo da vitória tranquila do time de Jesus
Uma vitória da insistência. Na bola e na perna. Que o Flamengo tecnicamente é consideravelmente melhor que o Botafogo, nem os botafoguenses que estiveram no Maracanã têm dúvida. Mas foi preciso persistência para desgastar um bem postado sistema defensivo montado por Paulo Autuori e vencer um clássico representado no talento de Michael.
O baixinho abusado e incansável caracterizou um Flamengo que tentou de várias maneiras chegar ao gol de Gatito nos primeiros 45 minutos e esbarrou na falta de inspiração e espaço. Por outro lado, o Botafogo soube usar bolas aéreas e contragolpes para levar mais perigo ao gol de Diego Alves.
Não à toa, a trave e centímetros identificados pelo VAR impediram que Pedro Raul marcasse o primeiro gol do jogo. O Glorioso era basicamente isso: uma defesa bem estruturada e saídas esporádicas. Foi o bastante para ter a estratégia mais bem-sucedida da etapa inicial.
O próprio Jorge Jesus ressaltou os méritos do time de Paulo Autuori em entrevista coletiva. Com o lado direito nulo pela ausência de Rafinha, lesão de João Lucas e improvisação de Berrío, Michael se tornou o desafogo de ações ofensivas que paravam ou em erros técnicos ou na barreira imposta pelos alvinegros a partir da entrada da área.
A questão é que parar o Flamengo não é tão simples assim. Por mais que Gabriel e Bruno Henrique não vivessem noite inspirada individualmente, o volume de jogo levou os adversários ao limite. Foi aí que o Botafogo não aguentou.
A volta do intervalo apresentou um Flamengo dominante no campo de ataque, por mais que Michael seguisse sendo uma válvula de espaço óbvia. Na primeira tentativa individual, o drible em Marcelo foi seguido de cruzamento forte demais. Na segunda, não teve perdão. Vacilo de Gatito. Gol de Éverton Ribeiro.
O cronômetro apontava 12 minutos do segundo tempo. Praticamente uma hora de jogo. E poucos dos mais de 50 mil presentes no Maracanã indicariam uma reação do Botafogo. Realmente, não houve.
Sem a consistência defensiva do primeiro tempo – fosse pelo cansaço ou pela desvantagem no placar -, o Glorioso passou a correr atrás do Flamengo (e de Michael). Foram 30 minutos de ataque contra defesa.
Gabigol fez o segundo, desperdiçou em pênalti duas vezes a chance do terceiro, e presenteou Michael com passe açucarado para fechar o placar: 3 a 0 no Maracanã.
Vitória de um time que pela qualidade técnica leva o adversário ao limite. E o limite chegou ao Botafogo com 57 minutos. Período em que demonstrou que segurar esse Flamengo até é possível. Difícil é ter perna para os 90.
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