Fazendeiro do Paraguai nega que disputa de terra tenha motivado atentado contra prefeito de Paranhos

 

O fazendeiro paraguaio ‘Treme Terra’ negou, por meio do seu advogado, que uma disputa por terras tenha sido a motivação para o atentado contra o prefeito de Paranhos, Dirceu Bettoni (PSDB), em 14 de junho. O advogado Marcelo Ally explica que, ao contrário do que foi divulgado na imprensa, seu cliente e o prefeito mantêm uma relação amistosa e chegaram a um acordo na Justiça sobre a venda de uma propriedade. “Se o prefeito morresse meu cliente seria o maior prejudicado porque não houve tempo para a transferência da posse da terra”, afirmou ao Jornal Midiamax.

Ally explica que, ao contrário do que foi divulgado anteriormente, não foi o prefeito quem recorreu à Justiça para receber o valor acertado na venda. “Meu cliente entrou com duas ações na Justiça do Paraguai para tentar resolver a questão, mas os dois firmaram um acordo e hoje têm uma relação cordial”, completou o advogado. Ele reforça, ainda, que não houve qualquer pedido de bloqueio de bens de nenhuma das duas partes.

JUSTIÇA PARAGUAIA

Ally nega que seu cliente seja implicado pela Justiça Paraguaia por supostas ligações com o narcotráfico. “Meu cliente não responde a nenhum processo na Justiça e tem a ficha limpa”, disse.

Sobre as denúncias de que a polícia tenha encontrado plantações de maconha em suas terras, ali mostra documentos que revelaram que foi seu cliente quem acionou a polícia e a Justiça paraguaia para informar que parte de sua fazenda, que é arrendada, havia sido invadida por pessoas desconhecidas que plantariam maconha no local.

Os documentos apresentados pelo advogado revelam que o caso foi denunciado às autoridades em 2014 e em 2015. Na denúncia feita por ‘Treme Terra’, pessoas desconhecidas invadiram o local, limparam uma parte do terreno e iniciaram o plantio. “O caso só foi resolvido a partir da segunda denúncia que meu cliente fez, quando a polícia foi até lá e queimou a plantação. “A polícia demorou para atender a denúncia e meu cliente apresentou uma nova comunicação informando o problema”, completa o advogado.

No texto, ‘Treme Terra’ revela, ainda, que os invasores passaram a ameaçar os arrendatários de suas terras, pedindo o ressarcimento do prejuízo provocado pela queima da plantação.

Investigações

O delegado Mikail Faria, responsável pelo inquérito, se limita a dizer que não vai fornecer mais detalhes sobre o caso para não atrapalhar as investigações. Mas fontes ligadas à polícia informam que os policiais chegaram a investigar ‘Treme Terra’ por causa de sua possível ligação com Jomar Lemes ou Jomar Alcange de Oliveira, a testemunha que foi fuzilada em praça pública logo após prestar depoimento à polícia sobre o caso.

Fontes da polícia contam que Jomar seria funcionário de ‘Treme Terra’ e afirmam que a testemunha teria sido vista com Gabriel Queiroz, o pistoleiro preso acusado de atirar contra o prefeito. “Ele (Jomar) não é funcionário do meu cliente. Ele trabalhava como corretor de imóveis e já prestou alguns serviços para o meu cliente, mas não era seu funcionário”, explicou o advogado.

O CRIME

Gabriel, de 26 anos, e Djuly Priscilla Couto, 28 anos, foram presos na madrugada do último domingo (17), na BR-163, em Rio Brilhante, quando vinha para Campo Grande, acusados pelo atentado. O autor dos disparos confessou que teria recebido R$ 20 mil de um brasileiro que vive no Paraguai para executar o crime. A moto utilizada pelo casal no crime foi encontrada pela polícia ainda na quinta-feira, a poucas quadras da casa do prefeito de Paranhos.

O inquérito do crime foi encerrado no final de junho e encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE). A investigação, no entanto, continua para apurar quem seria o mandante do crime. O policial conseguiu na Justiça a autorização para a quebra de sigilo telefônico dos envolvidos. A polícia tenta recuperar as mensagens de WhatsApp dos celulares da testemunha e do pistoleiro.

Fonte: Midiamax

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