Cone Sul registra mais de 5 mil casos de dengue no primeiro semestre de 2024

Cone Sul do Mato Grosso do Sul enfrentou um surto de dengue alarmante no primeiro semestre de 2024, com 5.708 casos confirmados. A região, composta pelos municípios de Amambai, Aral Moreira, Caarapó, Coronel Sapucaia, Eldorado, Iguatemi, Itaquiraí, Japorã, Juti, Mundo Novo, Naviraí, Paranhos, Sete Quedas e Tacuru, viu um aumento significativo de incidências da doença.

Cone Sul registra mais de 5 mil casos de dengue no primeiro semestre de 2024

Óbitos

Infelizmente, a dengue tirou a vida de sete pessoas na região.

Cone Sul registra mais de 5 mil casos de dengue no primeiro semestre de 2024

O Impacto no Hospital Regional de Amambai

O diretor do Hospital Regional de Amambai, Paulo Catto, descreveu a difícil situação enfrentada durante o surto de dengue. Segundo ele, “foi bem angustiante em relação aos anos anteriores. Sempre tivemos muitos casos, porém, desta vez foi mais grave o quadro clínico dos pacientes com dengue.” Ele destacou que muitos pacientes chegavam ao hospital com as plaquetas muito baixas, necessitando de internação. “Tivemos dias em que não havia leitos disponíveis para todos os pacientes.”

Catto explicou que, devido ao grande número de pacientes, o hospital teve que cancelar mutirões de cirurgias eletivas: “No período de maio até o começo de junho, tivemos que cancelar cirurgias programadas porque não havia como internar as pessoas.” Ele ressaltou a gravidade da situação: “Os pacientes com plaquetas baixas precisavam ficar vários dias internados. Foi bem difícil, mas conseguimos atender todos os pacientes, mesmo com o hospital lotado.”

Sintomas e sequelas

Maria de Fátima Machado, 69 anos, residente de Amambai, compartilhou sua experiência angustiante com a dengue. Ela começou a sentir sintomas no final de abril e foi internada em Amambai. “Comecei a sentir dor em cima do olho, arrepio de frio, dor no corpo e o estômago inchou. Fui internada na pediatria porque não tinha vaga.” Maria de Fátima ficou cinco dias internada em Amambai, passando por quatro médicos, até ser transferida para Ponta Porã.

Em Ponta Porã, a situação se agravou. “Lá, tiveram que drenar líquido no estômago, fazer três tomografias (…). Fiquei de cadeira de rodas e, depois, andador.” Maria de Fátima ainda lida com sequelas: “Fiquei com dor nas pernas, perda de visão e esquecimento. Agradeço a todos que oraram por mim e aos médicos. Peço que todos se cuidem, usem repelente e passem veneno nos cantos escuros da casa, porque o mosquito está aí. Quando esquentar, eles vão voltar.”

Prevenção

Com a chegada do frio, a incidência de casos diminuiu, mas os profissionais de saúde alertam para a necessidade de medidas preventivas contínuas. A população deve eliminar locais de água parada, utilizar repelentes e manter um ambiente limpo para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

A situação no Cone Sul serve como um alerta para todos sobre a importância da prevenção e do rápido tratamento dos sintomas da dengue, uma doença que, apesar de conhecida, ainda representa um grave risco à saúde pública.

Fonte: A.N/Grupo A Gazeta

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