Com jovem isolado em MS, Brasil agora tem 4 casos suspeitos de varíola dos macacos
Após a confirmação do primeiro caso suspeito da varíola dos macacos em Mato Grosso do Sul, o Brasil agora tem 3 casos em investigação da doença, com origem africana. Em MS, um jovem, de 16 anos, está internado e isolado na Santa Casa de Corumbá, a 400 quilômetros de Campo Grande.
Um dos casos é um paciente no Ceará, outro em Santa Catarina e o terceiro caso suspeito, no Rio Grande do Sul.
Assim, a pasta informa que os pacientes estão ‘isolados’ e em recuperação, sendo monitorados pelas equipes de vigilância em saúde. A investigação está em andamento e nova coleta será feita para análise laboratorial.
O paciente do RS passou a ser considerado um caso suspeito no fim da tarde desta segunda-feira (30). A Secretaria Estadual de Saúde do estado publicou nota afirmando que monitora o paciente, que reside em Portugal e está em viagem a Porto Alegre.
O que é a varíola dos macacos?
Originalmente conhecida como Monkeypox, a varíola dos macacos é uma doença endêmica da África e recentemente tem causado alerta no mundo por conta de infecções registradas desde o início de maio na América do Norte e Europa. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), até semana passada eram 131 casos confirmados e 106 suspeitos em todo o mundo.
O que chama atenção das autoridades mundiais em saúde é que essa é a primeira vez que a doença causa surto em várias partes do mundo sem que os pacientes com a doença tenham viajado para a África.
De acordo com o Instituto Butantan, a varíola dos macacos pode ser definida como uma “doença febril” aguda, que ocorre de forma parecida à da varíola humana.
Principais formas de contágio da varíola dos macacos
A infecção pelo vírus se dá de três formas: em contato com um macaco infectado com o vírus, com outra pessoa doente e também com materiais contaminados. De pessoa para pessoa, o vírus é transmitido no contato com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.
Portanto, as formas mais comuns de contágio são as seguintes:
• do contato com roupas ou lençóis (como roupas de cama ou toalhas) usados por uma pessoa infectada;
• do contato direto com lesões ou crostas de varíola de macaco;
• da exposição próxima à tosse ou a espirro de um indivíduo com erupção cutânea de varíola.
Sintomas e prevenção
Segundo as autoridades, o período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias e os sintomas costumam aparecer após 10 ou 14 dias. Além das erupções cutâneas, a varíola dos macacos causa dores musculares, na cabeça e nas costas, febre, calafrios, cansaço e inchaço dos gânglios linfáticos.
Em nota emitida na semana passada, o Ministério da Saúde afirma que o melhor método de prevenção para o contágio é reforçar a higiene das mãos e ter cuidado no manuseio de roupas de cama, toalhas e lençóis usados por pessoas infectadas.
Vale ressaltar que não há tratamento específico para a doença ou vacina contra o vírus, no entanto, a vacina padrão contra varíola também protege contra esse vírus. A varíola foi erradicada no mundo em 1980.
Nos Estados Unidos, último país fora do continente Africado a registrar surto da doença no início dos anos 2000, não houve nenhuma morte causada pela doença. Segundo especialistas, esse cenário revela que com assistência adequada, a doença, apesar de grave, pode não representar uma epidemia, como a causada por vírus respiratórios, como a Covid-19.