PF encontra fuzil e submetralhadora em operação para investigar suspeitos de organizar atos antidemocráticos
A Polícia Federal (PF) encontrou pelo menos 15 armas, incluindo um fuzil, um rifle e uma submetralhadora, além de munições, durante a operação desta quinta-feira que investiga apoiadores do presidente Jair Bolsonaro suspeitos de organizar atos antidemocráticos após o resultado das eleições. Ao todo, agentes da corporação cumprem mais de 100 mandados de busca e apreensão em sete estados e no Distrito Federal. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As apreensões dos armamentos aconteceram em Santa Catarina, onde a PF cumpre 15 mandados de busca e apreensão. Em um primeiro endereço, foram encontradas 11 armas, incluindo uma submetralhadora, um fuzil, um rifle com luneta e munições. Não havia ninguém na residência.
Em uma outra casa, a PF encontrou quatro armas regulares e uma sem registro. Desta vez, uma pessoa foi presa em flagrante.
Em nota, a PF afirmou que está cumprindo “81 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em apuração que tramita na Corte acerca dos bloqueios de rodovias após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022”.
No Espírito Santo, são cumpridos outros 23 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão nas cidades de Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim. A PF não informou o nome dos alvos da operação desta quinta-feira.
Dos quatro mandados de prisão expedidos por Moraes, relacionados aos alvos no Espírito Santo, dois haviam sido cumpridos até o início da tarde de hoje. Outros dois suspeitos continuavam foragidos. Além disso, dois deputados estaduais capixabas, apesar de não terem sido detidos, precisaram colocar tornozeleira eletrônica.
Estradas bloqueadas
Após o resultado das eleições, com a derrota de Bolsonaro, apoiadores do presidente começaram a bloquear estradas federais. Os atos antidemocráticos se espalharam por estados de todas regiões do Brasil, com manifestantes pedindo “intervenção federal”, e carregando faixas com palavras de ordem contra o STF, além de pedirem por uma ação das Forças Armadas sobre o resultado das urnas.
Em 17 de novembro, Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias de 43 empresários e empresas suspeitos de financiarem os atos. Relatórios enviados por forças de segurança estaduais ao STF apontavam a atuação de deputado eleito, policiais e até ‘milícia privada’ nas manifestações.
O ministro citava, na decisão, que a manifestação realizada no Quartel-General do Exército em Brasília, com pedidos de intervenção militar, é “ilícita” e pode configurar crime contra o estado democrático.
“Verifica-se o abuso reiterado do direito de reunião, direcionado, ilícita e criminosamente, para propagar o descumprimento e desrespeito ao resultado do pleito eleitoral para presidente e vice-presidente da República, cujo resultado foi proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral em 30/10/2022”, escreveu.