Marido esperou 8 anos para doar rim à esposa em Campo Grande e salvar sua vida: ‘somos um só’
A pandemia adiou o transplante, mas, oito anos depois, no último final de semana, o procedimento finalmente foi realizado na Capital de Mato Grosso do Sul.
Em 2013, o casal Washington Torres e Lorena Teixeira, junto há apenas dois anos na época, passou por uma “tempestade”, como eles mesmos intitulam, quando Lorena se sentiu mal e recebeu o diagnóstico de lúpus. Junto com a doença autoimune, veio também a notícia de que havia uma doença renal crônica e que, futuramente, ela precisaria de um transplante de rim.
“O diagnóstico mudou completamente a minha vida. Desde o início, meu médico disse que eu precisaria de um transplante. Há uns dois anos meu rim não estava mais aguentando e era preciso encontrar um doador compatível”, conta Lorena.
Companheiro compatível
A partir de então, iniciou-se uma corrida contra o tempo. Disposto a ajudar a salvar a vida da esposa, Washington foi uma das pessoas que realizou a bateria de exames e, para a sorte e alegria de Lorena, além dele, encontrou mais uma pessoa da família compatível e disposta a doar o órgão, mas a equipe médica que a acompanhava escolheu seu companheiro como doador.
“Não dá para especificar o sentimento, mas é um ato de amor tão imenso que eu fico tão grata, tão feliz, me sinto tão abençoada”, comenta Lorena, emocionada. “Acho que cada um tem uma missão nessa vida e se essa for a minha, me sinto honrado em poder oferecer um pouco de qualidade de vida pra ela”, reflete Washington.
Renascimento
Com tudo pronto para a realização do transplante, no início de 2020, o procedimento não pôde acontecer devido à pandemia. Mas, um ano depois, no último final de semana, a saga terminou. Cinco dias após o transplante, Lorena diz que seu novo rim está funcionando a todo vapor e agradece por seu “renascimento”.
“Eu estou muito bem e sinto que foi um renascimento. Deus me deu vida através da minha mãe e agora, através do meu esposo, ele me deu qualidade de vida. Eu agradeço à equipe médica por cuidar tão bem de mim. Os médicos ficam tão animados que parece que eles é que estão recebendo o novo órgão, também agradeço aos enfermeiros e técnicos pelo cuidado. É tão bonito ver profissionais que se preocupam tanto com seus pacientes”, comenta.
Esperança
Lorena deixa uma mensagem para quem ainda aguarda na fila de transplante. “Não percam a esperança! A sua hora vai chegar, acreditem e confiem em Deus. Eu sei que é difícil, mas a espera vale a pena” , diz.
“A doação de órgãos, muitas vezes, não acontece por causa da recusa familiar e por falta de conhecimento, então se você quiser ser um doador, avise sua família, pois é ela quem autoriza e essa atitude pode salvar muitas vidas”, finaliza Lorena.