Infância roubada: pastor estuprou meninos de igreja do DF por 16 anos
Ao longo de 16 anos, um pastor de 50 anos que pregava em uma igreja evangélica, em Santa Maria, abusou sexualmente de crianças e adolescentes. As vítimas cresceram acostumadas a frequentar o templo com suas famílias. Escondido sob o véu da religiosidade, o estuprador deixou marcas profundas no corpo e na alma de pelo menos seis vítimas, com idades entre 10 e 17 anos à época dos crimes.
Durante um ano, investigadores da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), da Polícia Civil do DF, apuraram os crimes praticados pelo religioso, alvo de denúncias anônimas feitas ainda em 2019. O mandado de prisão contra o pastor foi efetuado pela Polícia Militar (PMDF), nesta terça-feira (2/3), na DF-025, próximo ao Balão do Aeroporto, no Lago Sul.
O Metrópoles não divulgará o nome do estuprador para não expor as vítimas.
As investigações identificaram o modus operandi do criminoso sexual, que se aproveitava da influência religiosa para se aproximar das famílias e ganhar a confiança dos pais. Frequentando a casa dos fiéis e passando cada vez mais tempo com as vítimas, o pastor esperava o momento certo para atacar – ele agia quando estava sozinho com com as crianças e os adolescentes.
Situação econômica
Os policiais da DPCA apuraram que o estuprador se beneficiava – além de seu status de líder religioso – de sua condição financeira confortável para se aproximar ainda mais das famílias e subjugar as vítimas.
“Com o passar do tempo, o autor ganhava a confiança dos adolescentes e até mesmo de seus familiares. Ele ostentava perante terceiros a imagem de uma pessoa acima de qualquer suspeita”, aponta a investigação da DPCA.
Sua falsa imagem de religioso serviu, por bastante tempo, como um escudo para impedir o surgimento e o avanço de rumores de fatos que o apontassem como estuprador e abusador. “A partir de então, o autor passava a concretizar diversas condutas, muitas vezes de forma dissimulada e de natureza libidinosa, para satisfazer seus desejos mais lascivos”, assinala a equipe responsável pela apuração.
O indiciado responderá, conforme denúncia oferecida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), pelos crimes de estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude, assédio sexual e pelo delito de atentado violento ao pudor por ato praticado antes da modificação realizada em 2009 no Código Penal.
Fonte: Metrópoles