Ministério anuncia compra de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac e diz que imunização começa no 1º semestre de 2021
A União deve investir R$ 2,6 bilhões até janeiro. Vacina chinesa produzida em parceria com o Instituto Butantan será incluída no calendário nacional de vacinação e distribuída em todo o Brasil.
O governo federal anunciou em reunião com governadores nesta terça-feira (20) que a União vai comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do Instituto Butantan produzida em parceria com a empresa chinesa Sinovac. Com isso, o governo federal deve editar uma nova Medida Provisória para disponibilizar R$ 2,6 bilhões até janeiro.
A informação de que o acordo seria firmado durante a reunião foi antecipada pelo jornalista José Roberto Burnier, da GloboNews.
Assim como as demais vacinas testadas no Brasil, a CoronaVac está em fase de testes e sua eficácia ainda precisa ser comprovada antes que o uso seja liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nos testes, são aplicadas duas doses do imunizante por voluntário.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e mais 23 governadores participaram da reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Segundo Pazuello, quando a vacina for aprovada, as doses serão distribuídas a todo o Brasil por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que há décadas é responsável por campanhas nacionais de vacinação. “Temos a expertise de todos os processos que envolvem esta logística, conquistada ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os estados”, disse Pazuello.
Até reunião realizada na semana passada com os secretários estaduais de Saúde, o governo federal não havia incluído a CoronaVac no programa nacional de vacinação. Em entrevista ao G1, o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse na ocasião que o ministério só havia investido em Oxford, e tratava vacinas que estavam na mesma fase de testes de “maneira diferente”.
Antes do anúncio desta terça-feira, a previsão do ministério era ter 140 milhões de doses no primeiro semestre de 2021:
40 milhões via iniciativa COVAX Facility, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
- 100 milhões de doses via AstraZeneca/Oxford (além dessas doses, no segundo semestre, o governo pretende produzir 165 milhões de doses deste imunizante).
Agora, o Ministério da Saúde afirmou que “somadas, as três vacinas – AstraZeneca, Covax e Butantan-Sinovac – representam 186 milhões de doses, a serem disponibilizadas ainda no primeiro semestre de 2021”.
O governo de São Paulo já havia fechado contrato com o laboratório chinês para a aquisição dessas 46 milhões de doses. A gestão João Doria (PSDB) buscava negociar com o governo federal para que elas fossem distribuídas via Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar disso, o governador já chegou a afirmar que, caso não houvesse acordo com o Ministério da Saúde, o governo estadual iria garantir a vacinação para “os brasileiros de São Paulo”.
G1