Médico que defendeu vermífugo contra a Covid-19 é internado na UTI

Cirurgião contraiu o novo coronavírus e precisa de doação de sangue. Na TV, disse usar ivermectina e medicamentos sem eficácia comprovada

Uma campanha nas redes sociais iniciada por amigos e familiares do médico cirurgião Joaquim Inácio de Melo Júnior pede a doação de sangue tipo A positivo ou AB. O médico foi diagnosticado com Covid-19 e, quem puder ajudar, pode procurar o Hemolabor, no Setor Aeroporto, em Goiânia, para a doação de plasma. A exigência é ter se curado do novo coronavírus, ter mais de 18 anos e, em caso de mulheres, não ter filhos ou sofrido abortos.

Joaquim chegou a dar entrevista à TV Serra Dourada na última semana e alegou fazer uso de medicamentos, como a ivermectina, como forma de tratamento da Covid-19. Além disso, defendeu a utilização do medicamento. Segundo ele, o vermífugo serviria para evitar o agravamento da doença.

Ainda na entrevista, ele alegou que está em quarentena por causa da contaminação e que estava se sentindo bem. Joaquim conta que não chegou a procurar médicos especialistas no início da doença e que se automedicou com a ivermectina. O mesmo medicamento foi prescrito para 100 pacientes, conforme o médico confirmou na entrevista.

Na ocasião, ele alegou que estava no oitavo dia da doença. Porém, o Mais Goiás apurou que, na última sexta-feira (10), ele precisou ser internado e foi transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar disso, a unidade de saúde em que o médico se encontra alegou que não comenta sobre o estado de saúde de pacientes. Os familiares do médico também não quiseram falar sobre o assunto.

Ainda na reportagem, o médico alegou que faz parte de um grupo de médicos que defendem o uso desses medicamentos e chegou a citar a entrega dos mesmos realizados em uma igreja de Aparecida de Goiânia. O Ministério Público Federal (MPF) chegou a ingressar com uma ação civil pública para que os medicamentos se tornassem obrigatório no tratamento precoce dos pacientesmas foi negada pela Justiça Federal. Vale ressaltar que não há comprovações científicas para a utilização dos medicamentos.

Joaquim atua no Hospital Geral de Goiânia (HGG) há mais de 30 anos e estava afastado das funções da unidade desde março por fazer parte do grupo de risco devido à idade, como informa nota encaminhada pela unidade. O hospital destacou o profissional como “responsável e compromissado com instituição desempenha a função de Gerente Médico da Clínica Cirúrgica.”

 

 

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