Coronavírus: Bolsonaro diz que Exército vai ampliar produção de cloroquina

 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que os laboratórios químicos e farmacêuticos do Exército vão ampliar a produção de cloroquina, droga que está sendo testada para o tratamento da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus Sars-CoV-2.

A divulgação de estudos apontando para a eficácia da cloroquina, amplificada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levou a uma corrida de brasileiros para farmácias. O remédio sumiu de prateleiras em várias regiões do país, levando à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) a restringir a venda da droga para pacientes com receitas pelos próximos 30 dias. Além disso, a exportação também foi proibida.

Além disso, Mauro Teixeira, professor titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um dos maiores especialistas do Brasil em desenvolvimento de tratamentos para doenças infecciosas, alertou em entrevista ao GLOBO que a corrida às farmácias em busca de remédios tidos como promissores poderá levar a uma epidemia de intoxicações.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o presidente disse que conversou com o ministro da Defesa e, juntos, tomaram a decisão.

— Agora pouco me reuni com o senhor ministro da Defesa, onde decidimos que o laboratório químico e farmacêutico do Exército deve imediatamente ampliar a sua produção desse medicamento — afirmou.

O uso da droga para o tratamento do coronavírus está em fase experimental, mas estudos publicados em revistas científicas nos Estados Unidos, França e China apontam que ela pode ser eficaz no tratamento.

No mesmo vídeo, o presidente disse que foi informado por técnicos do hospital Albert Einstein que eles iniciaram um protocolo de pesquisa para avaliar a eficácia do medicamento no tratamento da Covid-19.
O Ministério da Saúde está avaliando se vai permitir o uso da droga para pacientes graves. O ministro, Luiz Henrique Mandetta, aguarda um parecer de um grupo de especialistas que estão sendo coordenados pela Secretaria de Ciência e Tecnologia da pasta.
Os remédios do cloroquina e hidroxicloroquina são indicados para lúpus, artrite, malária e outras enfermidades, mas, segundo experimentos ainda inconclusivos, poderiam ser efetivos para tratar a Covid-19, doença provocada pelo novo vírus. Se houver adoção, deve ocorrer de forma experimental. A alta demanda após a divulgação de estudos, no entanto, causou

Bolsonaro defende igrejas abertas

Em entrevista ao Programa do Ratinho, no SBT, o presidente Bolsonaro também defendeu que igrejas evangélicas e católicas permaneçam abertas, a despeito da orientação do próprio Ministério da Saúde para que aglomerações sejam evitadas.

— Tem gente que quer fechar igreja. O último refúgio das pessoas… Lógico, o pastor vair saber conduzir seu culto. Ele vai ter consciência, o pastor ou padre, se a igreja está muito cheia, falar alguma coisa, ele vai decidir lá. Até porque a garantia de culto e proteção ao ambiente do mesmo é garantido pela Constituição. Não pode um prefeito ou governador achar que não vai ter mais culto — disse Bolsonaro.

O contágio pelo coronavírus em outros países mostra a potencial eficácia da limitação virtual dos contatos entre fiéis.

Na Coreia do Sul, duas igrejas estiveram no centro da disseminação da doença. Cerca de 60% dos casos no país estavam vinculados a Igreja de Jesus Shincheonji, cujo líder foi acusado de homicídio após omitir das autoridades os nomes de seus fiéis que podiam ter sido expostos ao vírus e prosseguir com reuniões. O Templo da Grace River, próximo à capital Seul, também contribuiu para o contágio: foram 46 casos provenientes do grupo religioso.

Até mesmo em Roma, na Itália, onde o Papa Franscisco interviu contra as medidas de restrição que chamou de “draconianas”, poucas paróquias ficaram abertas. Mesmo com a possibilidade de ir presencialmente aos templos, fiéis precisam seguir a recomendação de manter distância mínima entre si.

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