Polícia recaptura 11 dos 75 fugitivos de presídio dominado pelo PCC no Paraguai
Último recapturado é brasileiro e havia comemorado fuga nas redes sociais
O brasileiro Mauro Vieira, de 26 anos, um dos 75 presos ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) que fugiram da penitenciária de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, no último dia 19, foi preso na noite desse domingo, 26, na fronteira com o Brasil.
Vieira, que é o 11º preso recapturado após a fuga, foi capturado pela polícia paraguaia no momento em que tomava banho em um córrego, na periferia de Ponta Porã (MS). O brasileiro ameaçou os policiais, alegando ser “importante” na hierarquia do PCC.
Condenado por tráfico de drogas, Vieira havia comemorado sua fuga em redes sociais. Ele conseguiu cruzar a fronteira e era procurado também pela polícia brasileira que, desde a fuga em massa, reforçou a vigilância na região. No sábado,25, os policiais paraguaios já tinham recapturado Francisco Javier Jara Peralta Esquivel, de 26 anos, conhecido como “Mascherano”. Ele estava no bairro Guarani, em Pedro Juan Caballero. Preso em 2014, o paraguaio foi condenado pelos crimes de homicídio e roubo à mão armada. Ele teria sido “batizado’ pelo PCC.
Conforme o secretário de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Videira, no oitavo dia após a fuga já se trabalha com a hipótese de que as principais lideranças do PCC que conseguiram escapar não se encontram mais na região. “As autoridades paraguaias suspeitam que esses presos mais abonados saíram do presídio antes da fuga em massa pelo túnel e tiveram suporte para a fuga. Se vieram para o Brasil, vamos achá-los. Estamos, agora, com equipes em veículos descaracterizados trabalhando nos possíveis destinos deles.”
Segundo o secretário, a maioria dos detentos que foram recapturados teria pouca expressão na hierarquia do PCC. “Eles estavam a poucos quilômetros do presídio porque o suporte deles está por ali. Creio que eles não tinham envergadura para ir para longe. Os fugitivos, digamos, mais robustos, provavelmente já não estão na fronteira.” A fuga gerou uma crise no sistema prisional paraguaio. O diretor do presídio e 30 agentes foram presos, acusados do recebimento de propina para facilitar a saída em massa dos detentos.