Flamengo atropela Grêmio na semifinal da Libertadores
Rubro-Negro mostra repertório, atropela um Grêmio golpeado durante todo o confronto e manda dez bolas para o fundo das redes (quatro gols anulados). Jesus tem o time na mão
O nocaute veio na bola parada, mas seria muito injusto resumir a isso a classificação do Flamengo para a grande final da Libertadores. Na verdade, o que se viu em todo confronto com o Grêmio foi um atropelamento. Paulo Victor teve que buscar dez bolas no fundo do gol (quatro anulados) em performance que não deixa dúvidas para o questionamento mais repetido dos últimos meses: Jorge Jesus desbancou Renato, e é do Rubro-Negro o melhor futebol do Brasil.
Falando especificamente do que aconteceu no Maracanã, o 5 a 0 foi construído com a maturidade e letalidade de um Flamengo que a cada jogo que passa dá mostras de que repertório não falta para encarar as dificuldades impostas pelo adversário. E temos que ser justos: o Grêmio soube ser um rival à altura no primeiro tempo.
Flamengo x Grêmio
- Posse de bola: 58% x 42%
- Finalizações: 17 x 7
- Chances reais: 11 x 2
- Passes trocados: 384 x 154
- Faltas cometidas: 10 x 19
- Roubadas e desarmes: 39 x 25
Com marcação alta e espelhada na saída de bola do Flamengo com três jogadores (os zagueiros e Willian Arão), além de Matheus Henrique acompanhando de perto Gérson, os gaúchos congestionavam o meio e por muitas vezes obrigavam os donos da casa a apelarem para o chutão. Sem a bola trabalhada, o jogo ficou truncado no meio de campo e os gremistas invariavelmente exploravam a velocidade de Everton Cebolinha contra um recém-recuperado Rafinha.
Desta maneira, o Grêmio levou perigo em finalização do atacante que por pouco não resultou em rebote para Maicon dentro da área. Filipe Luís impediu o pior, enquanto o Flamengo tentava se arrumar para encontrar espaços no setor ofensivo. Everton Ribeiro e Arrascaeta inverteram de posição, mas foi o talento de Bruno Henrique que, para variar nesta Libertadores, fez a diferença.
O camisa 27, que deixou sua marca nos dois jogos de quartas e semifinal, usou a conhecida arrancada para romper a barreira gremista pelo meio e servir Gabriel. PV rebateu o chute cruzado, e Bruno Henrique só escorou para abrir o placar. Golpe no queixo de um Grêmio que, na base da imposição física, conseguia manter o equilíbrio, mas desceu para o intervalo tonteado.
O Flamengo percebeu o baque, e não deu brechas para o adversário se recuperar. Impositivo e intenso como costuma ser, o time de Jorge Jesus voltou para o segundo tempo avassalador e com um minuto aplicou o segundo “knockdown”. O gol de Gabriel após cobrança de escanteio levou o Grêmio à lona, e, antes da contagem do relógio chegar a dez, o próprio camisa 9 consumou o nocaute em cobrança de pênalti.
Do gol de Bruno Henrique, no fim da primeira etapa, até o 3 a 0, aos dez do segundo tempo, o Grêmio não teve tempo para respirar. Mérito de um Flamengo que desde o primeiro minuto ainda do jogo em Porto Alegre parecia não ter dúvidas de que estaria em Santiago no dia 23 de novembro.
Em jogadas de bola parada, Pablo Marí e Rodrigo Caio marcaram de cabeça para darem, em forma de goleada, um recado aos badalados Kannemann e Geromel de que a dinastia de melhor dupla do país já não é uma unanimidade.
Placar expressivo e e justo para um Flamengo senhor do jogo, senhor do confronto, senhor do Brasil. E que tem motivos de sobra para acreditar se tornar também senhor da América.
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